Empresas de suplementos minerais apostam em soluções nutricionais que auxiliam a Pecuária e o Brasil a emitirem menos metano
Brasil é um dos maiores produtores mundiais de carne bovina e leite e, ao mesmo tempo, um dos signatários do compromisso internacional firmado por 103 países na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, realizada em Glasgow, na Escócia, para redução de 30% nas emissões de metano até 2030. As fazendas do país mantém um rebanho de quase 220 milhões de animais, que produz 10,5 milhões de toneladas de carne e mais de 35 bilhões de litros de leite. E a Pecuária de Corte, principalmente, é considerada uma das principais emissoras de metano, por meio do arroto do gado. Isso vem levando as empresas que atuam no segmento de suplementação mineral a investir em novas pesquisas e lançar aditivos que aumentam a eficiência dos planteis e diminuem efetivamente a emissão de gases de efeito estufa (GEE). “A nutrição animal perfeita leva à Agricultura Neutra. Estamos falamos de metano, um assunto que ganhou força planetária de cinco anos para cá, mas, hoje, é uma questão muito séria. Atualmente, o mundo é plural e tudo o que ocorre impacta a cadeia inteira. E nós temos que participar, dentro de nosso trabalho, dessa corrente a favor do Meio Ambiente”, esclareceu Elizabeth Chagas, Vice-Presidente Executiva da Associação Brasileira da Indústria de Suplementos Minerais (ASBRAM), que participou de um encontro promovido na capital paulista no mês passado e que discutiu o tema ‘Fórum Metano na Pecuária – O caminho para a neutralidade climática’ e as soluções para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
O tema vem ganhando cada vez mais corpo, com debates e congressos, além de aglutinar os atores da cadeia produtiva em torno de avaliações sobre os verdadeiros impactos da Pecuária na emissão de GEE, técnicas e métricas de análise, soluções disponíveis, casos de sucesso de iniciativas dos setores público e privado, além de oportunidades para financiamento e créditos de carbono. O lançamento de novas tecnologias nutricionais ganha corpo na mesma velocidade, com pesquisas, desenvolvimento, testes e aplicação comercial de moléculas inéditas. Aditivos para ração de vacas e outros ruminantes, que ganham aplicação prática, em escala industrial, envolvendo marcas mundiais da indústria de carnes.
“Buscamos levar a Pecuária eficiente e de precisão para dentro do jogo da preservação do meio ambiente. Entender o que é bom e ruim. Reconhecer as tecnologias que funcionam e diminuem o carbono. Aditivos que reduzem as emissões por fermentação entérica, a integração Lavoura – Pecuária – Floresta. Combinar um boi criado com alimentação intensiva, abatido precocemente, com a melhor dieta possível, usando aditivos que permitem a redução de emissão, fazendas bem manejadas. Popularizar o tema e os melhores arranjos de produção junto aos criadores e à indústria. A participação das empresas do setor é muito importante para a gente”, garantiu Fábio Dias, Diretor de Relacionamento com os pecuaristas da Friboi. “As empresas ligadas à Asbram estão inovando para adicionar a tudo o que o produtor já faz: suplementação, intensificação, produção de mais carne e leite. Intensificar, nos novos tempos, é reduzir ainda mais a emissão de metano, ter eficiência alimentar dos rebanhos, com alto índice zootécnico. E as empresas do nosso segmento estão ao lado de todos que atuam para cuidar do planeta”, explicou Juliano Sabella, Presidente da ASBRAM.
Um compromisso assumido com vigor pelas empresas associadas, que prometem ampliar as iniciativas sustentáveis. “Nossa entidade está sempre atrás de novas informações, vamos permanecer promovendo palestras importantes sobre o tema, falar do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) com todos os associados e parceiros, já privilegiamos o tema em nosso último Simpósio, realizado em março passado, e estamos lançando uma cartilha com informações sobre a questão. Vamos levar ensinamento para as fazendas. Essa guerra é nossa. Somos um grande produtor de carne e leite, temos uma responsabilidade maior ainda. E o mundo inteiro vai acabar falando essa mesma língua. Devolver à natureza tudo o que tiramos. É o grande desafio. Todo mundo tem que ir atrás. Produtores, indústria e consumidores”, justificou Elizabeth Chagas.
Uma mensagem que tem o apoio e foi elogiada pelo próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “Estamos de olho na questão do metano desde 2010. E temos várias outras pautas na mesma linha. Projetos, Política Pública, Agenda Nacional, Carbono Verde e a consulta pública dos programas de cadeias descarbonizantes e produtos descarbonizados. Assuntos interligados, que têm o mesmo objetivo. Remamos no mesmo barco, cada um com a sua parte. O Campo, a Administração Pública e a Indústria. Sendo que o setor de insumos, como o de suplementos minerais, é vital porque tem tecnologias e ferramentas, como os modificadores ruminais, que ajudam na mitigação. Com os respectivos selos autenticando a veracidade da política ambiental brasileira. O Agro não é problema. É solução para o Planeta”, declarou Fabiana Vila Alves, Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (DEPROS) do MAPA.