Encontro que reuniu pecuaristas, analistas e profissionais da Indústria de suplementos alerta que é necessário a fazenda ter o básico bem feito
A Pecuária do Brasil vai começar a reagir ao longo de 2024, mas precisa entender que ainda vai ser um ano complicado, que vai exigir aos pecuaristas investir em boa nutrição e tendo a tarefa de entender melhor o fluxo dos anos do Ciclo Pecuário. A sentença foi proferida por um apaixonado por bois e vacas, o pecuarista, analista do mercado pecuário e comunicador sobre Economia e a produção de carne e leite no Brasil, Rodrigo Albuquerque, durante a primeira reunião ordinária da Associação Brasileira das Indústrias e Suplementos Minerais (ASBRAM), em São Paulo. Rodrigo falou sobre o fim do ciclo pecuário, que o ano mais trágico já passou e 2024 será melhor, com a valorização do preço do bezerro. Mas nada para comemorar. “O mercado está saturado de animais. E até reagiu no carnaval, fazendo o papel dele aos trancos e barrancos. Mas sem muita força para alavancar mais, por causa das condições econômicas. Já as exportações estão excelentes em volume. Mas não em preço, chegando a uma queda de até 19%. Porém, o Brasil permanece como o hipermercado do mundo”, analisou.
O exame coincide com a visão de outro especialista no assunto, Alcides Torres, analista de mercado da Scot Consultoria. “Em 2023, encaramos um momento de baixa no ciclo pecuário. Em 2024, ainda teremos uma sobre oferta de gado, mas já é esperada uma melhora nas cotações. A escalada mais intensa, porém, deve começar somente em 2025, quando veremos o início da fase de alta do ciclo”, afirmou Torres na mesma semana.
Rodrigo Albuquerque reiterou que adora ser pecuarista e está sempre de olho na cria para obter informações com criadores e saber como vai estar o mercado com até três anos de antecedência. E também falou das principais tarefas necessárias às fazendas. “O pasto é uma lavoura esquecida e ele está cobrando o seu boleto. Assim como o que salva o nosso pecuarista é fazer o básico bem feito. Água, suplemento, cerca, cocho, curral, pasto, sanidade. Coleta e análise de dados para a melhor tomada de decisão. Seja investir no solo, na silagem, integração, manejo de pasto, etc.”, acrescentou.
No mesmo ambiente, os investimentos realizados na suplementação mineral dos rebanhos foi ilustrado pelo primeiro número da comercialização da tecnologia em 2024, dentro do Painel elaborado pelo Doutor em Economia, Coordenador do Mestrado Profissional em Agronegócio do FGVAgro, Felippe Cauê Serigati. No primeiro mês do ano, foram comercializadas 163 mil toneladas, sendo 147,5 mil toneladas para o Corte, um crescimento de 0,7% sobre o mesmo mês do ano passado. Mas com queda no número de cabeças, 54 milhões de animais.
“O pecuarista precisa ter mais atenção à nutrição dos rebanhos. E gerenciar a margem própria tão bem como a indústria. Fico sempre de olho na China e nos Estados Unidos. Hoje, por exemplo, presenciamos o menor rebanho americano desde 1951. O que precisamos é nos preparar melhor para os anos ruins. O ciclo pecuário é uma viagem de quatro anos. E temos que usar bem o exército de profissionais disponibilizado pela Indústria de Suplementação, que hoje é de 15 mil pessoas. As fazendas têm sede de informação e gestão. E a suplementação me dá conhecimento agronômico. O pecuarista tem que beber dessa fonte para administrar melhor o negócio”, concluiu Rodrigo Albuquerque.
“Seguiremos reforçando ao pecuarista a importância de investir e usar corretamente a nutrição animal de qualidade na geração de resultados nas propriedades. Para atingir novos patamares de eficiência, sustentabilidade e prosperidade na atividade”, arrematou Fernando Penteado Neto, o presidente eleito e empossado da ASBRAM.